Presidente do Peru quer pena de morte para estuprador de criança.

A presidente do Peru, Dina Boluarte, propôs nesta terça-feira (10) a pena de morte para estupradores de menores. A declaração foi feita em resposta ao assassinato de uma menina de 12 anos, que teria sido agredida sexualmente em um bairro pobre de Lima no último fim de semana. A proposta reflete a posição dura de Boluarte no combate ao crime, uma postura que tem sido característica de sua administração, principalmente quando se trata de crimes violentos que chocam a sociedade peruana. O caso da menina gerou uma grande comoção e indignação, levando a presidente a considerar medidas extremas.

Boluarte, conhecida por seu discurso conservador, afirmou que chegou o momento de abrir o debate sobre o restabelecimento da pena capital no Peru, abolida em 1979. “É hora de, diante de fatos desta magnitude, que deveriam ser inconcebíveis dentro de uma sociedade, apresentarmos medidas drásticas”, declarou. Segundo a presidente, este é um momento crucial para que o país discuta o uso da pena de morte, especialmente em casos de crimes contra crianças, que ela considera intoleráveis.

A proposta de Boluarte, no entanto, pode gerar controvérsias e divisões dentro do país. Durante décadas, a pena de morte foi abolida no Peru, sendo reservada apenas para crimes graves como traição à pátria e homicídio qualificado. A ideia de reintroduzi-la, especialmente em tempos contemporâneos, levanta questões sobre os direitos humanos, a eficácia das penas severas no combate ao crime e a possibilidade de erros judiciais. Organizações de defesa dos direitos humanos, por exemplo, tendem a se opor a qualquer tentativa de restaurar a pena capital, argumentando que ela não resolve as causas profundas do crime.

Enquanto o debate sobre a pena de morte para estupradores de menores se desenrola, a sociedade peruana continua a se perguntar se medidas drásticas como essa são a solução para a violência e o abuso sexual infantil, ou se, ao contrário, é necessário investir em políticas públicas de prevenção, educação e apoio às vítimas. O caso da menina de 12 anos é um triste reflexo de um problema mais amplo no país, e, independentemente do caminho que será seguido, é claro que é necessário um esforço conjunto para combater a violência e garantir a proteção das crianças e adolescentes.