A prisão do general Walter Braga Netto não tem impacto no cronograma previsto pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, para analisar o relatório final da Polícia Federal (PF) no inquérito que investiga o suposto golpe. A expectativa é que o processo siga seu curso normal, sem alterações significativas no tempo e na sequência das investigações. O relatório final da PF, que reúne as conclusões das investigações realizadas, está sendo cuidadosamente analisado para que o procurador-geral tome as decisões pertinentes de acordo com os elementos de prova apresentados.

Neste momento, a Polícia Federal investiga o envolvimento de cerca de 40 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, no suposto esquema golpista, que teria tentado reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022. Embora a prisão de Braga Netto tenha gerado grande repercussão, o impacto jurídico da detenção ainda está sendo avaliado pelas autoridades competentes. O procurador-geral Paulo Gonet segue seu trabalho de forma independente da prisão, tendo como prioridade a análise técnica e jurídica dos elementos do caso, sem ser influenciado por eventos políticos ou incidentes recentes.

Em relação aos próximos passos, a fase que se segue é a de uma avaliação mais detalhada das provas reunidas, com o objetivo de decidir se haverá ou não a apresentação de uma denúncia formal. O procurador-geral deverá analisar os depoimentos, documentos e indícios que apontam para possíveis crimes cometidos durante o período pós-eleitoral. A prisão de Braga Netto, no entanto, não altera esse processo, já que a investigação sobre o suposto golpe segue uma linha de apuração clara e não depende de eventuais prisões ou de outros eventos políticos para sua continuidade.

Ao final desse processo, a decisão sobre o oferecimento de denúncia poderá resultar em acusações formais contra os envolvidos, incluindo figuras políticas de destaque, como o ex-presidente Bolsonaro. Para o procurador-geral, a prioridade é garantir que as investigações sigam seu curso legal, sem pressões externas. Nesse sentido, a prisão de Braga Netto, embora relevante para o contexto político e jurídico, não muda a dinâmica das investigações, que continuarão conforme o plano traçado pela PGR.